EM BUSCA DE UMA PARTE DE MIM

Quem é você, energia feminina, que está escondida dentro de mim?

Que energia é essa que eu tinha, mas precisei, em alguns momentos, esconder num cofre de ouro maciço, com cadeado forte e pesado, trancado bem no fundo do meu coração?

EXPECTATIVA 😂

Sei que os motivos que me levaram a guardá-la de mim mesma foram muitos, os quais não importam mais agora. Já mexi neles, já fui lá ao passado e fiz os processos cirúrgicos, sem anestesia, tantas vezes, que hoje sei que os ressignifiquei a um ponto em que não faz mais sentido acessar essas dores. Na verdade, não há mais dor e as cicatrizes já estão claras, desaparecendo. 

Com as feridas "abertas" ou em processo de cicatrização, SENTIR estava sempre relacionado a SENTIR DOR. A dor era tão intensa, sentir era tão doloroso, insustentável, insuportável, que eu  TRANQUEI essa energia do sentir dentro desse cofre de ouro maciço, com cadeado e vesti a armadura da guerreira. Isso vem ao encontro do que meus colegas terapeutas dizem que toda mulher guerreira é forte "por fora", mas frágil "por dentro".

Acabo de chegar ao ponto em que queria entender: as feridas curadas de verdade, ao serem tratadas devidamente e cicatrizadas, se tornam "repertório", experiência. É um ato cirúrgico! Eu não conseguiria fazer a cirurgia sozinha, precisei de uma equipe: minhas inúmeras e incontáveis psicólogas desde meus 24 anos, mas principalmente os terapeutas que surgiram na minha vida por intermédio do O Corpo Explica, desde 2020. Esses sim souberam como abrir, operar nos lugares certos, retirar os "tumores" que estavam ali há tantos anos, quase em metástase, fecharam e não me deixaram acreditar que somente a cirurgia iria me curar. No entanto, EU SOU A ÚNICA RESPONSÁVEL POR ESSA CICATRIZAÇÃO E CURA. Se eu não tivesse cuidado de mim com FÉ (foco e energia) sabendo que eu queria, quero e vou realizar meus sonhos e desejos de vida, eu não estaria escrevendo tudo isso aqui hoje.

Cada um dos processos de autoconhecimento pelos quais passei contribuíram para a construção dessa versão de mim pela qual estou tão apaixonada. É a primeira vez que estou verdadeiramente apaixonada e encantada pela pessoa que me tornei. Eu sei que não acabou aqui, pois sei que o caso de amor comigo mesma está só começando. Tenho clareza de que autoconhecimento só acaba quando a gente morre. Porém, estou começando a perceber que ele não precisa ser um processo de dor para sempre. É aqui que cai, nesse momento, a sensação do que é o tão falado "amor próprio". As pessoas falam da boca para fora: ame-se, amor próprio é tudo, você primeiro precisa se amar, para no dia seguinte se agredirem em situações e ambientes de perigo, brigas, xingamentos, acusações, desrespeito ao outro, julgamentos, ataques, alimentos gordurosos, cheios de açúcar, não nutritivos, bebidas alcoólicas, ou refrigerantes. Que "amor próprio é esse?

Eu fiz isso por muitos anos, dizer que "me amava" era mais um escudo que eu usava para vestir a guerreira que eu mesma criei com maestria, achando que era o jeito certo de existir e sobreviver no mundo no qual eu vivia. Por isso quero deixar claro que não estou julgando ninguém aqui. Pelo contrário, estou desenvolvendo meus pensamentos na escrita porque meus sentimentos estão em um turbilhão de emoções que eu não estou dando conta de "dar conta". Na verdade, eu estou SENTINDO e tudo bem sentir e acolher toda a intensidade que está saindo do "cofre de ouro" que estava trancado dentro da minha alma. SENTIR sem tentar entender, identificar, nomear nem definir o que sinto é LIBERTADOR! Eu só sei dizer que esse sentimento é tão bom que dói, transborda, flui energia de vida e de beleza. Eu chamo de energia do AMOR! Amor pelo sentimento, pela energia, por me permitir sentir, por Deus, pelo Universo, pela vida, pela pessoa mais incrível que conheço (Euzinha), pela minha criança interior e por todos que fazem parte dessa construção. 

Nesse momento eu agradeço a cada ser humano que colaborou e colabora comigo nessa jornada: terapeutas, amigas, amigos, clientes, parentes, aos homens que amei, colegas, vizinhos, ao Bilbo🐶 , à minha filha e principalmente aos meus pais. Cada um foi e é essencial na construção desse ser humano que eu sou hoje e, a cada nova versão melhor de mim mesma, que vou ser amanhã.

Sim, eu percebo que voltei para cá (blog), meu cantinho de autoconhecimento, para contribuir comigo nessa nova construção. Eu estou começando a acessar o que estava trancado no cofre: minha energia da intensidade, a minha verdadeira força de dentro, da minha essência, do brilho nos meus olhos, a energia que faz meu coração pulsar com serenidade, seguro e forte. É daqui que vem a minha verdadeira força, aquela que não precisa de armaduras por fora. Ela é tão intensa e forte que derrete, rompe e me despe por fora. A energia que eu estou começando a acessar dentro de mim torna a "armadura" da mulher guerreira que eu fui DESNECESSÁRIA, pois eu SOU inteira, eu me conheço bem e sei que, como adulta e responsável por mim mesma, eu sei cuidar de mim.

E assim eu chego à conclusão de que, quanto mais eu fico vulnerável e fluida, mais forte me sinto sem precisar de armas nem escudos.

Esse é o caminho, essa é a energia que faltava, a energia "feminina", essa é a energia do SENTIR que eu fui buscar lá em dezembro de 2020, quando a Diana Ito me analisou e me disse que eu precisava deixar meu traço oral existir. 

Por hoje, essa reflexão e as percepções que tive ao escrever, ao mesmo tempo sentindo e deixando fluir meus sentimentos, param aqui. É delicioso voltar a escrever para me conhecer melhor!

É domingo, 02/04 e a primeira frente fria do outono de 2023 está chegando! Vou preparar um café da manhã saboroso para essa mulher incrível que habita dentro de mim! 

Ah! Eu amo ambas: a da expectativa (Escritora linda e produzida) e a daqui da foto da realidade (eu na cama de camisola de algodão)! Bom domingo!

REALIDADE 😂😂😂😂😂

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